sábado, 27 de junho de 2015

Por que eu não vou entrar nessa guerra.


Na última sexta feira, a Suprema corte dos Estados Unidos aprovou o casamento homossexual em todo o país. Como tudo o que cerca esse assunto, estou vendo muita histeria a respeito.
Gays celebrando, simpatizantes da causa mudando a foto do perfil no facebook e outras redes, gente compartilhando memes usando a foto de uma criança morrendo de fome para lembrar que existe coisa mais importante no mundo (ah, jura?), muitos crentes usando a imagem do arco-iris para lembrar do pecado que é homens se deitarem com outros homens.
Para falar a verdade, me dá preguiça disso tudo. Sou cristã, conservadora, mas sinceramente, não encaro a aprovação da união civil deles como o maior dos problemas. Na verdade, tenho a impressão que é bem aquela história do menino que vai fazer 18 anos e pensa que a vida vai mudar, e aí, nada muda. É isso. Eles vão ter o reconhecimento legal de relações que já existem. Ninguém vai ‘sair do armário’ porque agora pode casar, aliás, acho que os únicos homens que querem, de verdade, casar e ter filhos, são os gays e os evangélicos (olha que legal, uma coisa em comum!) e nunca sequer ouvi falar de alguém que decidiu não ser gay porque não poderia casar. Encaro como direito civil, duas pessoas vivem juntas por anos, constroem um patrimônio, criam filhos, fazem amigos, é justo que sejam legalmente reconhecidos como parceiros. Se a isso é dado o nome de casal, é pura questão de semântica.
Antes que meus irmãos em Cristo comecem a atirar pedras (se já não o fizeram), acredito sim, ser pecado a relação entre pessoas do mesmo gênero, e essa posição sempre foi muito clara, inclusive para os meus amigos homossexuais. Eu os tenho, amigos de verdade, que frequentam a minha casa e partilham a minha vida, conversamos sobre tudo, inclusive sexualidade, salvação, pecado e espiritualidade. A prática homossexual fere as leis de Deus, mas não é maior nem menor que outros pecados, como a mentira, fornicação, visita a cartomante, adultério e tantos outros. Acredito que como Calvino disse, estando separados da presença de Deus, somos completamente depravados, e não temos nenhuma chance de salvação. Somente o poder do sangue de Cristo pode salvar o pecador (Sola Gratia, lembram?).
 Acredito que o papel do cristão é orar, orientar, amar e também, saber a hora de calar a boca. Se Jesus comia com a prostituta, tenho certeza que ele não passava a refeição toda enchendo a cabeça da coitada. Claro que não! Ele falava da verdade, e só depois dizia: ‘vai e não peques mais’. Não encaro o movimento homossexual como meu inimigo, apenas os vejo como pessoas que ainda não foram alcançadas pela Graça, e que por isso mesmo, são capazes de grandes barbaridades, e nem sequer têm consciência disso. Como teriam, se vivem a natureza humana caída? A mim, choca muito mais assistir crentes se degladiando e devolvendo as agressões com a mesma força. Nunca precisei passar a mão na cabeça de ninguém para demonstrar meu amor, nunca precisei dizer que concordava com a maneira deles viverem para demonstrar que eles são preciosos para mim, e também o são para Deus!

É claro que existem situações muito delicadas defendidas pelo movimento LGBT, que não podem simplesmente passar batidas. Mudanças no currículo escolar, intromissão nos valores ensinados pelas famílias e igrejas, mudança de gênero financiada pelo SUS, inclusive para menores de idade, financiamento estatal à ‘parada gay’, promovendo um verdadeiro show de horrores e cenas pornográficas em via pública à luz do dia. Todos esses são problemas graves, sobre os quais devemos sim, protestar e se for possível, impedir. Mas não podemos impedir que essas pessoas, adultas, em pleno gozo de suas faculdades mentais, se associem como julgam correto. Podemos orar por elas, e é o que aconselho fazerem. Afinal, nenhum ser humano tem o poder de convencer o outro do pecado, mas tem muito crente atrapalhando o caminho do Espírito Santo.

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